O retorno e um destino incomum: Equador

Volto a escrever aqui após uma longa temporada. Não foi por falta de viagens, desde meu último post em 2022. Foram 3 anos 13 países sendo 10 inéditos. Minha ideia com esse retorno é trazer aqui todo domingo um post novo com informações destes países que ficaram de fora. Começarei com a viagem mais recente, já que ela está fresca na memória. Nela fizemos Equador, Bolívia e Chile (Atacama). No post de hoje, trarei a primeira parte sobre o Equador.

Um pouco sobre o Equador
País pequeno em tamanho, mas gigante em diversidade. Do Pacífico aos Andes, da Amazônia às ilhas Galápagos. Cerca de 18 milhões de habitantes, uma população miscigenada, com raízes indígenas profundas. A moeda oficial é o dólar americano. Sim, o Equador dolarizou sua economia no ano 2000, após uma grave crise. Isso facilita a vida de quem viaja, mas também encarece bastante as coisas para os locais.

Quito é uma cidade de contrastes. Carros modernos dividem espaço com igrejas barrocas do século XVII. Cafeterias descoladas vizinhas a casas coloniais. Um centro vivo, cheio de história e movimento.

Para melhorar a experiência e entendimento, vou dividir os post do país em 2 etapas:

Quito, que segue abaixo.

Ilhas Galápagos, em um próximo post.


Um feriado em Quito

1º de maio. Feriado também no Equador. E é assim, com sincronia e surpresa, que começamos nossa viagem por três países da América do Sul. Chegamos a Quito com a cidade em pausa — mas em festa.

Era o fim do dia, o centro já começava a se esvaziar. A praça principal, cercada por grades, guardava o silêncio que vem depois da música. Ao redor, um rastro de passos, cores e sons — o tipo de festa popular que deixa vestígios na calçada e nos rostos. E foi ali que, mesmo com a área isolada, a primeira gentileza aconteceu: perguntei se podíamos entrar. Um dos policiais sorriu, trocou algumas palavras com o colega e nos abriu passagem. Entramos. O centro histórico de Quito, um dos mais bem preservados da América Latina, era só nosso por alguns minutos.

Fotos. Risos. Um cafezinho para nos proteger da garoa e seguir. Nada planejado, tudo memorável.

Voltamos caminhando para o hotel. Ali perto, na mesma zona histórica, ficava nossa base: o Hotel & Rooftop King Experience, by David. A hospedagem funciona em uma casa histórica restaurada. Quartos confortáveis. E o que não é simples — e nem comum — é o terraço. Um restaurante com vista panorâmica de Quito. Foi ali que jantamos naquela primeira noite. Vista de 360 graus da cidade, com luzes se acendendo aos poucos e um vento frio que lembrava a altitude: Quito está a quase 2.850 metros acima do nível do mar.


Quito, entre céus e crateras

No dia seguinte, depois de uma boa noite de descanso, acordamos prontos para explorar a cidade. Para aproveitar bem nosso único dia inteiro ali, compramos um day tour oferecido pelo próprio hotel. Fomos em uma van, compartilhada com mais dez pessoas

O céu ainda hesitava entre o azul e o cinza, e a cidade começava a se mover com a calma de quem já viu muitos amanheceres. Estava levemente frio, daquele tipo que torna difícil prever como será o dia. Saímos preparados, com uma blusa quentinha.

Nosso primeiro destino? Um lugar onde pessoas vivem dentro de um vulcão.

A Reserva Geobotânica Pululahua é uma das poucas crateras habitadas do mundo. Lá, mais de 150 pessoas cultivam a terra e criam animais, cercadas por encostas verdes e nuvens que parecem tocar o chão. O vulcão, embora adormecido, não é considerado inativo — e pode voltar a apresentar atividade eruptiva a qualquer momento.

De lá, seguimos para o Museu Intiñan, localizado próximo ao Monumento da Metade do Mundo. O museu oferece experiências interativas que exploram os fenômenos físicos únicos da linha equatorial, utilizando métodos científicos desenvolvidos pelos incas, apresentados de forma divertida e educativa.

Em seguida, visitamos o próprio Monumento da Metade do Mundo, um marco que celebra a linha equatorial e a diversidade cultural do país. A estrutura imponente oferece uma vista panorâmica e abriga exposições sobre a história e a geografia do Equador.

Nosso próximo destino foi o TelefériQo, um teleférico que nos levou até o mirante Cruz Loma, a cerca de 4.100 metros de altitude. A vista da cidade, cercada por vulcões e montanhas, é de tirar o fôlego — ou seria, se não estivesse completamente nublado. A falta de visibilidade, infelizmente, é comum por lá.

Descendo de volta à cidade, visitamos a Basílica del Voto Nacional, a maior igreja neogótica das Américas, com suas torres imponentes e vitrais coloridos. Aqui também, infelizmente, não pudemos entrar: a igreja teria um evento naquela noite e estava fechada para visitação.

A chuva começou a cair, e decidimos retornar ao hotel para uma breve pausa. Nosso último destino do dia seria El Panecillo, uma colina que abriga a estátua da Virgem de Quito e oferece uma vista ampla da cidade. Não subimos, mas a presença da imagem era visível de longe, vigiando silenciosa.

Para encerrar o dia, jantamos na pizzaria Bocanada, próxima ao hotel. O ambiente acolhedor e a comida boa foram o fechamento perfeito para um dia repleto de descobertas. O custo do jantar para duas pessoas, com vinho, ficou em torno de 40 dólares.

Custos práticos
Nos hospedamos por cerca de 90 dólares a diária, com café da manhã incluído.

O jantar no rooftop, dois pratos principais e bebidas, ficou em torno de 55 dólares. Preço justo para uma refeição com essa vista. Embora a comida não tenha sido surpreendente.

O daytour pela cidade custou 85 dólares por pessoa, incluindo o transporte, todos os ingressos e um lanche.


No dia seguinte, acordamos cedo e seguimos para o Aeroporto, com destino ao que de fato motivou nossa viagem ao país: as ilhas Galápagos. Não perca no próximo post.

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